[Roteiro] Escapadinha à Serra da Estrela para (quase) ver neve

Já há algum tempo que ansiávamos por um passeio para ver neve. E que melhor sítio para o fazer em Portugal do que a Serra da Estrela? Foi um voucher de alojamento a um preço apetecível que nos ajudou a decidir reservar um fim-de-semana de janeiro para partir em busca da neve do maciço central da mais alta serra de Portugal continental.

Alguns compromissos profissionais levaram-nos a sair de casa mais tarde do que é habitual, mas com a mesma vontade de explorar coisas novas. A busca por outro tipo de “neve” levou a que nossa primeira paragem fosse no Bar 21  em Penacova para comer uma nevada (saiba aqui tudo sobre este doce típico regional). Mal sabíamos nós que o manto branco que cobre este bolo seria o maior nevão que veríamos por estes dias.

Nevada de Penacova
Nevada de Penacova

A nossa viagem continuou até ao Vale do Rossim (Penhas Douradas) onde chegámos ao início da noite. Ficámos alojados no Vale do Rossim Eco Resort, onde fomos recebidos com um belíssimo licor de zimbro que ajudou a aquecer o coração para a noite fria que se avizinhava. Neve nem vê-la, mas ainda tínhamos alguma esperança que a noite nos trouxesse alguma surpresa. Ficámos alojados num Yurt, uma das várias tendas mongóis com aquecimento a lenha que preenchem este resort, que no verão se transforma também em parque de campismo. Para o jantar fizemos um piquenique à lareira com algumas das iguarias que tínhamos preparado para a nossa viagem, das quais faziam parte uns deliciosos hambúrgueres.

Yurt, tenda mongol no Parque de Campismo do Vale do Rossim
Yurt, tenda mongol onde ficámos

Depois de um acordar preguiçoso e de um pequeno-almoço reconfortante no resort, explorámos os vários recantos do Vale do Rossim. Respirámos o ar fresco e puro da montanha enquanto passeámos em redor do lago artificial criado pela barragem. Construída em 1956, aparenta sempre aqui ter estado.

Vale do Rossim, Serra da Estrela
Vale do Rossim

Do Vale do Rossim seguimos a estrada nacional 232 até à aldeia do Sabugueiro, continuando depois para a Torre. Este é o ponto mais alto de Portugal continental e que acaba por ser um lugar cliché de qualquer visita à Serra da Estrela. E a verdade é que este acabou por ser o único sítio onde conseguimos ter um vislumbre de neve, que não era muita, como se pode ver pela fotografia.

Restos de neve na Torre, na Serra da Estrela
Restos de neve na Torre

Com o aproximar da hora de almoço, era tempo de partir novamente. Desta vez em direção a Melo, aldeia do concelho de Gouveia e terra natal do escritor Virgílio Ferreira. Fomos em busca do restaurante onde tínhamos decidido almoçar.

Riacho na Serra da Estrela

Regressámos assim à estrada de montanha. Seguimos calmamente, aproveitando a paisagem e parando ocasionalmente para apreciar a vista ou para beber água nas várias nascentes naturais que se encontram ao percorrer a N232 em direção a Gouveia. Como a fome já era muita passámos a cidade de Gouveia, onde teríamos a oportunidade de voltar durante a tarde, rumando diretamente para o restaurante Fonte dos Namorados.

Este restaurante tem sido um dos pontos obrigatórios de muitos dos meus passeios pela Serra da Estrela nos últimos anos.

Para a Diana era a primeira vez. Ficou fã da simplicidade, atendimento simpático e das maravilhas culinárias que nos são oferecidos, usando os melhores ingredientes da Serra.

O queijo de ovelha amanteigado, as moelas na telha com enchidos regionais, o cabrito, o javali, o requeijão com doce de abóbora, a mesa com as sobremesas regionais, o licor de ginga e a aguardente de zimbro são alguns dos produtos fantásticos que sempre nos reconfortam ao passar por aqui.

Depois de um almoço tardio, não tínhamos grandes planos para a tarde, pelo que o resto do dia foi pensado de improviso.  Apesar de já ter estado em Melo algumas vezes não conhecia ainda o Paço de Melo. Este edifício abandonado com origens no séc. XIII conta com mais de sete séculos de história e algumas características arquitetónicas bastante curiosas.

Paço de Melo, na Serra da Estrela
Paço de Melo

Decidimos depois passear um pouco por Gouveia, ali ao lado. A Diana lembrou-se que em Gouveia existia o Museu da Miniatura Automóvel e foi para lá que nos dirigimos. O museu foi fácil de encontrar e possui milhares de miniaturas automóveis de todos os tipos. Gostámos particularmente da secção com as miniaturas dos carros de pessoas ilustres.

Museu da Miniatura Automóvel, em Gouveia

Junto a este museu visitámos também o Espaço Arte e Memória, onde se podem encontrar vários objetos que retratam o património histórico de Gouveia. Ao contrário do Museu da Miniatura Automóvel, a visita ao Espaço Arte e Memória é gratuita. Ainda que a informação disponível sobre as peças expostas não seja muita, tem algumas peças curiosas. Ambos os espaços ficam enquadrados junto ao Jardim do Peixotão. O próximo passo foi deambular por este curioso jardim que possui inúmeras placas com poesia.

Poema no Jardim do Peixotão, em Gouveia
Poema no Jardim do Peixotão

E o nosso passeio pela Serra da Estrela terminou com o belíssimo pôr-do-sol no topo do Jardim do Peixotão, tendo como fundo Gouveia. Ficámos com vontade de voltar a Gouveia e explorar um pouco mais. Mesmo sem direito a neve, a principal razão que nos tinha levado a subir à Serra da Estrela, esta acabou por se tornar uma excelente escapadinha.

Vista para Gouveia
Vista para Gouveia ao pôr-do-sol

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