A doce delícia que hoje trazemos é uma sobremesa que conheço desde que me lembro – quase que faz parte do meu ADN: a Aletria. É um doce muitas vezes associado ao Natal e algo que desde sempre esteve presente nas Festas da minha família.
Vai gostar de ler este artigo e conhecer melhor este doce tradicional português.
Aletria, uma delícia em qualquer altura do ano
Ao contrário do que muita gente possa pensar – sobretudo quem nunca tenha provado uma boa Aletria -, este doce não é simplesmente “esparguete” doce. A Aletria é algo bem mais saboroso.
É um doce cremoso, em que os sabores do limão, da canela e do açúcar se misturam em perfeita sintonia com uma massa própria, muito fininha.
E embora seja típico do Natal, este doce de travessa sabe bem em qualquer altura do ano.
Um pouco de história
A aletria é uma massa de farinha de trigo de fios muito finos, que se pensa ter sido trazida para a Península Ibérica pelos árabes, algures no século VIII ou IX. Aliás, a própria palavra é de origem árabe: al-itriâ.
Um documento escrito em catalão, já do século XIV, refere “alatria” em duas receitas de origem árabe. Numa delas, a aletria é cozinhada em leite de amêndoas e mel.
Em Portugal, esta massa foi adotada para a criação de um doce, a Aletria. No entanto, pelo que pudemos apurar, é também usada noutros locais para outro tipo de pratos – inclusive sopas.
Diferentes tradições de Aletria
A Aletria é, na verdade, um doce mais comum no norte de Portugal. Dependendo da zona do país ou mesmo da tradição de cada família, há muitas variações.
Por exemplo, pode levar ovos (mais especificamente gemas) ou não, pode levar leite ou apenas água, e pode levar maior ou menor quantidade de massa.
Quanto à consistência deste doce, a Aletria à moda do Minho é tradicionalmente mais cremosa – escorrega pela travessa e serve-se à colher. Já nas Beiras, é compacta e pode-se cortar à faca, servindo-se às fatias.
Onde comer Aletria
É bastante ingrato para com esta deliciosa sobremesa, mas não é comum vê-la no menu de restaurantes, mesmo no norte de Portugal, onde vivemos.
Ainda assim, sugerimos três restaurantes no Porto onde a poderá encontrar e saborear: A Cozinha do Manel, Casa Nanda e Senhor Zé.
Durante o confinamento, a melhor opção é mesmo comer Aletria na casa de um português com mão para a cozinha!
Duelo de titãs: Aletria versus Arroz-doce
Para terminar, partilhamos uma pequena reflexão sobre uma questão quase fraturante na nossa sociedade.
Muitas vezes, fala-se da Aletria como se fosse a alternativa ao Arroz-doce, e vice-versa, quais inimigos históricos, dividindo-se as pessoas que gostam mais de uma ou mais da outra. E a verdade é que, cá em casa, eu sou apaixonada por Aletria e o Ricardo é mais apreciador de Arroz-doce.
Mas o que nos parece é que uma sobremesa não precisa de excluir da mesa a outra. Ambas têm o seu lugar especial e são muito apreciadas – desde que bem feitas, claro!
Recomendamos por isso um tratado de paz entre entre estas duas doces delícias, para as quais reservamos espaço no nosso pensamento e nos nossos estômagos.
Confesse-nos lá, já provou alguma Aletria de que realmente tenha gostado? Partilhe connosco a sua experiência nesta “área”, deixe-nos um comentário!
Se por acaso nunca provou uma que tenha considerado deliciosa, então qualquer dia tem de experimentar a nossa. Prometemos em breve partilhar a receita.
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