Adoramos arranjar desculpas para descobrir pequenos recantos em Portugal menos explorados. Hoje vamos falar sobre um parque natural encantador que fomos conhecer sob o pretexto de um piquenique de Verão: a Reserva Natural do Paul de Arzila. Venha daí e fique a conhecê-lo também!
Onde é o Paul de Arzila
Descobrimos este parque ao olhar para o mapa, enquanto procurávamos um local verde que ainda não conhecêssemos para um piquenique de domingo. Uma mancha verde no mapa junto a Coimbra chamou a nossa atenção e, sem demora, procurámos alguma informação adicional sobre o local. Estava indicado como sendo o “Paul de Arzila”.
Sem muito planeamento, preparámos um cesto de piquenique e lá fomos à descoberta do dito Paul. Pelo caminho, pesquisámos o que significava “paul”: segundo o dicionário da Priberam, é um terreno alagado com água estagnada.
Como chegar a Arzila
Para quem está em Coimbra, como era o nosso caso, o percurso de carro até à aldeia de Arzila, porta de entrada para o parque natural, demora apenas alguns minutos, pela Estrada Nacional 341 – são cerca de 13 km de distância. A N341 é muito usada para quem vai de Coimbra para a vila de Pereira e pode ser uma alternativa para ir até Montemor-o-Velho, que fica a cerca de 12 km do Paul.
Pesquise aqui alojamento em CoimbraPara quem vem de mais longe em transporte próprio, se vier do Porto ou de Lisboa deve seguir pela A1, sair na saída para Coimbra-Sul e seguir pelo IC2 na direção de Taveiro. No final do IC2, seguir pela N341 na direção de Alfarelos até chegar a Arzila. Já na aldeia, seguir as indicações “Reserva”. As coordenadas são: 40° 10′ 11″ N / 8° 33′ 14″ W.
Já de transportes públicos, poderá recorrer ao comboio ou ao autocarro:
- Comboio: na Linha do Norte, sair no apeadeiro de Ameal; seguir a pé de Ameal até ao Centro de Interpretação do Paul de Arzila (cerca de 1 Km a pé);
- Autocarro: apanhar um Expresso ou outro autocarro até Coimbra; em Coimbra, apanhar o autocarro 11 dos SMTUC com partida da Beira Rio.
Como visitar a Reserva Natural
Chegando à aldeia de Arzila, existem algumas indicações que ajudam a chegar até ao Centro de Interpretação do Paul de Arzila, onde esperávamos obter alguma informação sobre o parque. Por azar, por ser domingo, o Centro de Interpretação estava fechado. Mas não desanimámos. Fotografámos um pequeno mapa que ali estava afixado e descemos pelo caminho que claramente seguia em direção ao Paul.
Quando visitar
Na altura não sabíamos, mas a melhor época para observar aves nesta Reserva é desde o início do Outono até ao final da Primavera. No entanto pode-se visitá-la ao longo de todo o ano, exceto à 5ª feira, domingos e feriados durante a época de caça, por questões de segurança.
O Centro de Interpretação está aberto de 2ª a 6ª feira, entre as 9h e as 17h30. Embora esteja encerrado ao fim-de-semana, pode estar alguém lá dentro, pelo que vale a pena tocar à campainha para tentar visitar a exposição que está no interior.
O que é o Paul de Arzila
A Reserva Natural do Paul de Arzila é um grande espaço verde, com uma zona de águas paradas.
Fauna
Este parque foi classificado como Reserva Natural em especial devido à importância que tem a nível ornitológico. As águas paradas do paul atraem inúmeras aves – daí existirem várias infraestruturas para os amantes da observação destes animais.
Até hoje foram identificadas no Paul de Arzila 126 espécies de aves, destacando-se a garça-vermelha – o símbolo desta Reserva Natural -, a tartaranhão-ruivo-dos-pauis e a águia-pesqueira. Há também aves aquáticas, como cegonhas e garças-brancas.
No Outono esta é uma zona de passagem de aves migradoras, que aqui se alimentam e descansam; esta área protegida é também um abrigo para algumas espécies nidificantes, enquanto que para outras serve como refúgio de Inverno.
Flora
Esta Reserva Natural também tem uma flora muito rica, com mais de trezentas espécies de plantas. Há por exemplo aveleira, carvalho-alvarinho, feto-real e selo-de-Salomão em zonas mais escuras e húmidas, e carvalho-cerquinho, sobreiro, rosmaninho e estevas em zonas mais secas e quentes. No paul propriamente dito existem várias comunidades, tal como de lentilhas-de-água, erva-pinheirinha e nenúfares.
Como nós não percebemos muito nem de flora nem de fauna, apreciámos de uma forma descontraída tudo o que vimos à nossa volta
À descoberta do Paul de Arzila
Existe um pequeno percurso pedestre, de cerca de 2 km, que fizemos em pouco mais de meia hora (embora a duração prevista seja de 1h30). Apesar de fácil, o caminho nem sempre estava bem assinalado. É um percurso circular, que começa e termina no Centro de Interpretação, passando por zonas de mata e pela zona alagada, junto à qual está um passadiço e uma torre para observação de aves.
Em alternativa, é possível passear de forma livre ou simplesmente ficar junto ao antigo moinho a observar a natureza e a calma do local, que no nosso caso foi ocasionalmente interrompida por um rebanho que passava com o seu pastor e por pessoas da aldeia que tratavam dos seus afazeres.
Mais tarde ficámos a saber que se fazem visitas guiadas à Reserva, por marcação prévia, orientadas por vigilantes da natureza. Os contactos do Centro de Interpretação podem ser consultados aqui.
Junto ao antigo moinho que existe uma mesa que serviu para o nosso banquete apiquenicado. As “rainhas” do piquenique foram umas bruschettas de tomate e presunto, cuja receita partilhamos aqui. Estavam uma delícia! Para sobremesa, levámos uns Ovos moles que fizemos em casa.
Mais detalhes sobre esta área protegida
Para quem quer explorar a Reserva Natural da Paul de Arzila, visitando-a fisicamente ou à distância, poderá consultar muita informação e imagens no site do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF):
Para nós, foi uma tarde diferente e agradável, sem grandes gastos e que nos permitiu conhecer um sítio especial que até então nos tinha passado completamente despercebido. Recomendados vivamente uma visita.
Se tiver tempo extra pode também explorar os campos de arroz do Baixo Mondego – por falar nisso, é curioso saber que parte deste paul foi em tempos ocupado por arrozais.
Recomendamos ainda que aproveite para provar as famosas Queijadas de Pereira, na vila com o mesmo nome que fica mesmo ao lado da aldeia de Arzila.
Se já teve oportunidade de visitar o Paul de Arzila ou se tiver sugestões de outros locais que vale a pena visitar nesta região, partilhe connosco a sua experiência, deixando-nos um comentário.
Kit do Viajante
Selecionámos um conjunto de serviços que usamos e que poderão ajudar a organizar a sua viagem. Ao adquirir serviços através das ligações abaixo, não terá qualquer custo adicional e estará a ajudar o Explorandar a crescer. O nosso muito obrigado!
- Encontre os melhores preços de alojamento no Booking.
- A Iati Seguros tem opções de seguro para vários tipos de viagem e ao reservar através deste link tem 5% de desconto.
- Para alugar carro, comparamos preços no Rentalcars e no Auto Europe.
- Compre bilhetes para museus, monumentos, tours e transfers no GetYourGuide.
Esta página pode conter links de afiliados.