Nem queríamos acreditar quando comprámos voos para a ilha da Madeira. Este era um destino que já fazia parte da nossa bucket list há anos, e sentíamos que era estranho sermos portugueses e ainda não conhecermos um dos arquipélagos de Portugal. Mas já resolvemos essa falha e foi a melhor coisa que fizemos.
Cedo começámos a sonhar com bolo do caco, poncha, ravinas e cascatas, viagens de cesto, praias de areia preta e belas caminhadas pelas levadas.
Neste artigo partilhamos tudo aquilo que descobrimos na Pérola do Atlântico ao longo de 5 dias, em finais de Setembro – desde os locais que visitámos e as experiências que tivemos, até à gastronomia que degustámos. Inspire-se, faça as malas e leve este roteiro consigo para a Madeira.
Viajar para a ilha da Madeira
Um dos motivos porque adiámos durante tanto tempo a nossa viagem à Madeira foi porque o preço dos bilhetes de avião nem sempre é convidativo.
Mas durante a pandemia de Covid-19, numa altura em que era pouco aconselhável viajarmos para fora de Portugal, o Ricardo, sempre atento, encontrou voos com ótimo preço para o aeroporto do Funchal. Decidimos aproveitar.
Sabíamos que a qualquer o momento o mundo podia parar outra vez e a viagem poderia ser cancelada. Por isso comprámos um seguro de viagem que cobrisse os custos em caso de cancelamento. Felizmente, correu tudo bem.
Fomos explorar a ilha da Madeira na segunda quinzena de Setembro – no início do Outono – e o tempo estava geralmente ameno, bom para andar com roupa leve. No entanto, por vezes a meteorologia variava de forma um pouco abrupta quando íamos de uma parte para outra da ilha. Num sítio podia estar sol e muito calor, e do outro lado da ilha podia estar a chover ou um nevoeiro cerrado.
Por isso se viajar para a Madeira, mais vale contar com apanhar as quatro estações do ano e levar roupa para todas as situações.
Alugar carro na Madeira
Depois de comparar preços de rent-a-car na Madeira, acabámos por alugar um Fiat 500, pequeno e engraçado.
Mas durante as muitas viagens de carro que fizemos pela ilha apercebemo-nos de que o carro tinha pouca potência para a grande inclinação das estradas madeirenses. Houve troços mais inclinados que tivemos de fazer em primeira – quase que apetecia sair do carro para o empurrar!
Conseguimos chegar a todo o lado, mas concluímos que às vezes a opção mais barata não é mesmo a ideal.
Quando voltarmos à Madeira, sem dúvida que vamos alugar um carro com mais potência. Vivendo e aprendendo!
Os túneis da Madeira
Logo após aterrarmos na Madeira, no percurso que fizemos desde o aeroporto até à zona do Lido, no Funchal, passámos pelos nossos primeiros túneis na ilha. Mal imaginávamos a enorme quantidade de outros túneis por onde iríamos passar nos dias seguintes.
Rapidamente concluímos que a Madeira parece um queijo suíço, de tão esburacado. Mas reconhecemos que os túneis facilitam imenso o acesso a muitas localidades onde antigamente era mais difícil chegar.
Tivemos oportunidade de experimentar muitas estradas que sobem e descem serras, e percebemos a dificuldade destes percursos, quanto mais não seja pela sua inclinação.
O que fazer na ilha da Madeira
Explorámos a Madeira ao longo de cinco dias intensos, durante os quais tentámos visitar a maior parte dos locais que tínhamos incluído nos nossos planos.
Se a ideia for ter mais tempo de descansar, talvez seja melhor ficar na Madeira mais alguns dias. Ou então fazer apenas uma parte deste roteiro.
Aqui, partilhamos o que fizemos em cada um dos cinco dias.
Dia 1 | Do Curral das Freiras à poncha
O primeiro destino que escolhemos foi o Curral das Freiras, uma aldeia enfiada no fundo de um vale, entre montanhas.
Para melhor apreciar a aldeia a partir de cima, fomos a dois miradouros: o Miradouro da Eira do Serrado e o Miradouro do Paredão.
Do Miradouro da Eira do Serrado tem-se uma vista privilegiada sobre a aldeia e as montanhas envolventes.
No Miradouro do Paredão, as nuvens tapavam e destapavam a aldeia onde há séculos um grupo de freiras se refugiou, fugido dos ataques de piratas ao Funchal, onde era o seu convento – daí o nome “Curral das Freiras”.
Esta aldeia há muito que estava no meu imaginário, pelas histórias que tinha tantas vezes ouvido contar sobre a estrada estreita e assustadora que levava até lá abaixo. Contavam-me que uma parte da estrutura dos autocarros quase que ficava para lá do limite da estrada: as pessoas olhavam pela janela e só viam o abismo.
Eu queria muito passar por essa experiência e sentir a adrenalina.
Mas, para grande desconsolo meu, descobrimos que a tal estrada está atualmente interdita. Não pudemos, por isso, dar largas à minha curiosidade e replicar as experiências aterradoras de que tanto ouvira falar.
Acabámos por descer até ao Curral das Freiras atravessando um túnel muito comprido. No centro da aldeia fomos espreitar a Igreja Matriz e o cemitério, que por sinal é muito curioso, construído ao comprido e com uma vista fantástica para o vale.
Ficámos a saber que o Curral das Freiras é conhecido pela sopa de castanha e pelo licor de castanha que ali se produz, e que, no final de Outubro, se realiza a Festa da Castanha.
Pico do Areeiro
Depois de deixarmos o Curral das Freiras, foi tempo de subirmos ao Pico do Areeiro.
Já lá em cima, ficámos boquiabertos: estávamos acima das nuvens, um manto branco acima do qual se erguiam montanhas, em tons avermelhados. É incrível a vista panorâmica que daqui se tem sobre o maciço central da ilha da Madeira.
Percorremos uns 2 km pela Vereda do Areeiro, um trilho com 7,4 km que liga o Pico do Areeiro ao Pico Ruivo, dois dos picos mais altos da Madeira. Como teríamos de fazer o trilho ida e volta e já não tínhamos horas de sol para isso, decidimos deixar para uma próxima – quem sabe até arranjando forma de alguém nos ir buscar ao Pico Ruivo.
Câmara de Lobos
Quase ao pôr-do-sol fomos conhecer a Baía de Câmara de Lobos. Esta pequena baía está recheada de barquinhos de pesca, parecendo uma verdadeira pintura. Fez-nos lembrar a vila piscatória de Marsaxlokk, em Malta.
Nesta primeira noite fomos jantar ao restaurante Santo António, onde comemos as famosas espetadas em pau de louro. Foi também aqui que comemos pela primeira vez na Madeira bolo do caco com manteiga de alho. Estava maravilhoso! Para fechar em beleza, comemos uma mousse de maracujá.
Para terminar o dia, fomos beber uma poncha da Madeira à Tasca do Nelson. De poncha na mão, pegámos nalguns amendoins e deitámos as cascas para o chão, como todos os clientes ali fazem. Confessamos que a poncha estava um pouco forte, o Nelson com certeza carregou na aguardente de cana-de-açúcar…
Depois de voltarmos a descer a montanha até ao Funchal, dormimos que nem uns bebés.
Dia 2 | Das 25 Fontes à Ponta do Pargo
Começámos o segundo dia fazendo um dos trilhos que tínhamos escolhido: a Levada das 25 Fontes (PR6), um percurso de 9 Km, ida e volta, que começa no Rabaçal.
Depois de estacionarmos o carro e passarmos a Casa do Rabaçal, onde tomámos um café, embrenhámo-nos pela floresta Laurissilva. Parecia que estávamos a entrar num local encantado. Os ramos retorcidos das árvores inclinavam-se sobre as nossas cabeças e a levada de água fresca fez-nos companhia durante a maior parte do percurso.
Depois de cerca de duas horas de caminhada, chegámos à Lagoa das 25 Fontes. Não encontrámos as vinte e cinco fontes que – em princípio – jorram água para a pequena lagoa, mas o Ricardo encontrou no seu mergulho água bem gelada. Almoçámos as nossas sandes e, com energia renovada, fizemos o percurso de volta até ao Rabaçal.
Seguimos para Porto Moniz, fazendo duas pequenas paragens.
A primeira foi no Paúl da Serra – um miradouro onde ficámos mais uma vez acima das nuvens.
A segunda foi no Miradouro do Véu da Noiva, de onde se vê, lá ao longe, uma impressionante cascata que cai sobre a antiga estrada nacional.
Entretanto, chegámos às belas piscinas naturais de Porto Moniz, que naquele dia de sol estavam repletas de veraneantes. Foi ótimo descansar e refrescar-nos nas águas salgadas, enquanto apreciávamos as fortes ondas que enchiam as piscinas.
A ponta mais ocidental da Madeira
Já ao final da tarde, rumámos à zona mais ocidental da ilha.
Começámos por ir à descoberta do Miradouro da Garganta Funda. Infelizmente a cascata que daqui se avista estava seca, mas deve ser impressionante quando há água a cair pela enorme garganta, escavada na rocha. Queremos muito aqui voltar quando regressarmos à Madeira em tempo de chuva.
A paragem seguinte foi no Miradouro do Fio. Daqui, tem-se uma vista sublime sobre o contorno da costa, o farol da Ponta do Pargo e o vasto oceano Atlântico.
Seguimos depois em direção ao Farol da Ponta do Pargo. Foi neste ponto mais ocidental da ilha que vimos o pôr-do-sol, que neste dia estava tímido, por detrás das nuvens. Mas ouvimos dizer que é incrível em dias de céu limpo.
Desafiados por alguns amigos, a noite acabou no Funchal, onde fomos experimentar na Venda Velha a Nikita, um cocktail bem docinho criado na Madeira – leva Brisa de Maracujá (refrigerante madeirense à base de sumo de maracujá), gelado de baunilha, ananás, e pode ter álcool ou não.
Dia 3 | Do Funchal ao cimo do Monte
Centro Histórico do Funchal
Começámos o nosso terceiro dia na Madeira com uma Free Walking Tour, para conhecer melhor o Centro Histórico do Funchal.
A Lisa, a nossa guia, começou por nos levar até junto da Capela de Santa Catarina – a primeira a ser construída na Madeira -, em frente ao Parque de Santa Catarina. Aqui, contou-nos algumas curiosidades sobre a descoberta das ilhas da Madeira e de Porto Santo, no início do século XV.
Passámos por vários jardins e edifícios históricos até chegarmos à Sé, um edifício simples mas com um teto muito bonito, que estava a ser restaurado.
Pelo caminho aconchegámos o estômago na loja da Fábrica de Santo António. Provámos o famoso Bolo de mel, Beijinhos de avelã, várias Broas (espécie de biscoitos) e rebuçados. Gostámos tanto que trouxemos um pouco de tudo para oferecer à família como souvenir.
Também ficámos a saber que o Bolo de Mel da Fábrica do Ribeiro Sêco também é feito segundo a receita tradicional, com cana de açúcar, e que apenas no Carnaval se fazem dois doces tradicionais, as Malassadas e os Sonhos.
Passámos pela Câmara Municipal, pela antiga Escola dos Jesuítas, pelo Museu de Arte Sacra e chegámos à Livraria Esperança, que nos deixou boquiabertos.
Instalada num antigo palacete, esta livraria foi fundada em 1886. É a maior de Portugal e uma das maiores do Mundo, com cerca de 107.000 livros expostos pela capa – e não pela lombada, como é habitual. Há livros em todas as estantes, paredes, pendurados no teto e até nos antigos estábulos. É impressionante, merece sem dúvida uma visita.
Depois de deixarmos este santuário dos livros, fomos ao Jardim do Museu da Quinta das Cruzes onde, entre vários materiais arqueológicos, estão umas janelas de pedra bem românticas. Avistámos também o convento de onde eram as freiras que fugiram dos corsários para o Curral.
Para quem gosta de museus, a Lisa recomendou uma visita ao Universo de Memórias de João Carlos Abreu e à Casa-Museu Frederico de Freitas.
Fomos ao Miradouro das Cruzes, de onde se tem uma vista sobre o Funchal, e parece que também se tem também uma bela vista mais acima, a partir do Forte do Pico.
Já sozinhos, fomos visitar o Mercado dos Lavradores. Sabíamos que aqui toda a fruta é caríssima, por isso já tínhamos comprado banana da Madeira, maracujá e manga na rua.
Focámo-nos em apreciar a elegante arquitetura do edifício, o colorido das frutas em exposição e, noutra zona do Mercado, os enormes atuns e outros peixes que por aqui se pescam.
Para terminar a manhã em beleza, fomos ver as portas com street art no centro do Funchal. Muitas delas são de restaurantes e todas elas são incríveis. Uma verdadeira galeria de arte ao ar livre.
Carreiros do Monte
À tarde fomos fazer uma das coisas que eu mais ansiava fazer na Madeira: andar num Carro de Cesto.
Decidimos não ir de teleférico até ao cimo do Monte – onde começa a viagem de cesto – por ser caro, por isso subimos de carro. Foi uma aventura levar o nosso Fiat 500 por ruas a pique que pareciam não ter fim. Respirámos de alívio quando estacionámos junto ao Monte Palace Tropical Garden.
Perto da Igreja de Nossa Senhora do Monte encontrámos os Carreiros do Monte, homens vestidos de branco e chapéu de palha que conduzem os Cestos. Começámos por ir visitar a igreja, onde ficámos surpreendidos ao saber que ali está sepultado Carlos Habsburgo, o último imperador da Áustria.
Já de bilhete na mão – que não é propriamente barato -, sentámo-nos no nosso cesto e lá fomos nós a deslizar Monte abaixo até ao Livramento, com dois Carreiros a controlar a descida.
São 2 km de viagem, que duram cerca de 10 minutos. Descemos por ruas bem inclinadas e de piso polido, e os Carreiros iam virando o cesto acompanhando as curvas da estrada. A velocidade era tanta que eu me agarrava com força à perna do Ricardo. Mas há que confessar que a viagem chegou demasiado rápido ao fim.
Ficámos a saber que antigamente a descida de cesto era de facto um meio de transporte usado por quem estava no Monte e queria ir rápido para o Funchal – o percurso original era, por isso, bem mais longo que o atual.
Neste dia fomos jantar ao restaurante Doca do Cavacas, onde comemos filetes de peixe espada preto com banana, enquanto apreciávamos o pôr-do-sol.
Dia 4 | Do Cabo Girão a Ribeiro Frio
Começámos o dia rumando para oeste, passando por uns quantos túneis. O nevoeiro desta manhã não augurava nada de bom para a nossa primeira paragem: o Miradouro do Cabo Girão.
Este miradouro tem uma curiosa estrutura com chão de vidro que permite ver o que está sob os nossos pés. Ao chegarmos lá, as nuvens cobriam a paisagem. Mas esperámos até que se dissipassem um pouco e ainda conseguimos vislumbrar o mar lá em baixo e o Funchal ao longe.
Padres e Anjos
Regressámos à estrada e fomos em direção à Fajã dos Padres. Chegados junto ao teleférico que facilita o acesso àquela parte baixa da ilha, espreitámos cá do alto a Fajã, onde se cultivam frutas exóticas.
Ali à volta vimos plantações de cana-de-açúcar, que hoje em dia já não é usada para produzir açúcar, mas sim para extrair mel de cana e fazer aguardente de cana e rum.
Seguimos caminho, percorrendo a costa até encontrar a Cascata dos Anjos, que descarrega para a estrada milhares de gotículas, como se fosse um véu.
Como a nossa barriga começou a dar horas e nos tinham dito que ali perto, na Praia da Madalena do Mar, se comiam das melhores lapas grelhadas da ilha, lá fomos nós. Escolhemos a Taberna da Madalena do Mar, onde comemos na esplanada colorida, em plena praia.
As lapas estavam ótimas, assim como o bolo do caco e a cerveja Coral, produzida na Madeira. Estávamos ali sozinhos, éramos só nós e o mar. Foi perfeito.
Noroeste da ilha
Decidimos então atravessar a ilha em direção a São Vicente, para explorar a costa Noroeste da ilha.
Ao entrar em São Vicente vimos ao longe a Capela de Nossa Sra. de Fátima. Embora não estivesse nos nossos planos visitá-la, achámo-la tão curiosa que não resistimos a parar.
Esta capela mais parece uma torre sineira com um relógio gigante. Apesar de pequena, pela sua forma e localização, no alto, sobressai na paisagem. Subimos até lá e aproveitámos para apreciar a vista que se tem dali sobre todo o vale até ao mar.
Depois de descermos o monte, seguimos em direção ao Seixal, onde fomos espreitar as piscinas naturais e a Praia do Seixal.
A Praia do Seixal, de areia negra e fina, de origem vulcânica, é uma das mais bonitas da Madeira, e das poucas praias de areia na ilha. Daqui temos uma bela vista para as montanhas e, lá ao fundo, avista-se a Cascata do Véu da Noiva.
Nesta pequena enseada o mar é calmo e a água tem uma temperatura amena, que contrasta com a água fria que cai de uma pequena cascata. Foi neste pequeno paraíso que descasámos até meio da tarde.
Santana
Fomos então em direção a Santana, a mais de uma hora de distância, para ver ao vivo e a cores algumas casas típicas da Madeira.
Fizemos a estrada ao longo da costa, que é considerada uma das mais bonitas da Madeira. Sempre que podíamos parávamos para nos maravilharmos com a paisagem – como aconteceu no Miradouro de S. Jorge (também conhecido como Miradouro da Beira da Quinta).
Embora o Parque Temático da Madeira já tivesse fechado, encontrámos no centro da vila de Santana algumas casas tradicionais da Madeira que estão fora do Parque, junto à Câmara Municipal.
As casinhas de Santana, consideradas o ex-libris da Madeira, têm uma curiosa forma triangular, com um telhado de colmo que se estende quase até ao chão. A maioria destas casas é hoje usada como loja de artesanato ou para serviços, e estão rodeadas de belos jardins floridos. São uma delícia para fotografar, pela sua forma e cores vivas.
Ali perto, com a noite a aproximar-se, ainda fomos ver a vista a partir do Miradouro da Rocha do Navio.
Seguimos caminho em direção ao Parque Florestal do Ribeiro Frio, até um restaurante onde queríamos muito ir. Ao longo da estrada deixámo-nos mais uma vez encantar pelos cenários proporcionados pela Floresta Laurissilva, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade.
Já de noite, no meio da montanha, chegámos finalmente ao Abrigo do Pastor. Neste restaurante, onde queríamos muito ir, tudo é cozinhado com lenha.
Jantámos muito bem: começámos por umas iscas com molho Madeira, acompanhadas por pão de batata-doce; continuámos para uma deliciosa caldeirada de cabrito e terminámos com um pijaminha, um conjunto de cinco sobremesas das quais o Fofinho de maracujá foi a que mais nos surpreendeu. Tudo regado com bom vinho.
Regressámos então ao Funchal, descendo a montanha e apreciando ao longe as luzes brilhantes da capital da Madeira.
Não conseguimos visitar o Parque Florestal das Queimadas, como inicialmente previsto. Este parque fica perto de Santana e é aqui que começa a Levada do Caldeirão Verde (PR9), um trilho com 6,5 km que termina no Caldeirão do Inferno.
Dia 5 | Da Vereda dos Balcões ao Pé de Cabra
O nosso último dia de passeio começou com mais um trilho, a Vereda dos Balcões (PR11). Este percurso pedestre tem início em Ribeiro Frio (Balcões) e, por ser relativamente curto e plano – 3 km ida e volta, cerca de 1h30 –, é conhecido por ser adequado para famílias.
Depois de irmos espreitar um viveiro de trutas no Posto Agrícola do Ribeiro Frio, começámos o trilho. Estava um espesso nevoeiro, que criava um cenário quase mágico.
No entanto, quando chegámos ao fim, ao Miradouro dos Balcões, a vista é que não foi assim tão mágica. Era suposto encontrarmos montanhas a perder de vista, mas tudo o que vimos foi uma parede branca de nuvens.
Depois de darmos umas migalhas a passarinhos atrevidos, fizemos o caminho de volta.
O nosso destino seguinte foi a Destilaria Engenhos do Norte, em Porto da Cruz. Visitámos a parte musealizada e provámos um pouco de rum na loja.
Depois degustámos as nossas sandes junto à praia, enquanto víamos os surfistas nas ondas baixinhas.
Costa Este da ilha
Seguimos caminho até à ponta mais oriental da Madeira.
Começámos por parar no Miradouro da Ponta do Rosto, de onde se tem uma vista incrível: vê-se tanto a costa Norte como a costa Sul da ilha.
Depois fomos ao Miradouro de S. Lourenço, em Machico. Nesta zona é possível caminhar pela Vereda da Ponta de S. Lourenço, que percorre a Ponta de São Lourenço até à pontinha da ilha.
Como estava sol e agradável, decidimos ir a uma praia ali próxima que nos tinha sido recomendada: a Prainha.
À semelhança da Praia do Seixal, a Prainha também é de areia preta muito fininha. A água estava tão boa que fomos logo dar um mergulho.
Depois de uma horas relaxantes na praia, fomos jantar à Tasquinha do Pescador, no Caniçal. Entre outros petiscos, comemos ovas de peixe espada fritas, uma especialidade.
Antes de acabar esta nossa última noite na Madeira ainda fomos ao bar Pé de Cabra, perto do Funchal, para experimentar uma bebida original: o Pé de Cabra leva vinho, cerveja preta, açúcar, chocolate em pó e casca de limão. É muito agradável, ficámos clientes.
O que comer e onde comer na Madeira
Aqui ficam algumas sugestões de pratos e locais onde provar algumas especialidades gastronómicas da Madeira. Recomendamos reservar mesa sempre que possível.
- Bolo caco com manteiga de alho
- Espetada madeirense em pau de louro – restaurantes Santo António, As Vides, Adega da Quinta, Vila da Carne, O Viola, O Lagar
- Peixe-espada preto com banana – restaurante Doca do Cavacas
- Marisco – marisqueira O Barqueiro
- Lapas grelhadas – Muralhas Bar (dizem que tem as melhores lapas da ilha), Maré Alta, Taberna da Madalena do Mar
- Ovas de peixe-espada – Tasquinha do Pescador, Tropicana
- Peixe e marisco em Machico
- Toda a comida no restaurante Abrigo do Pastor
- Bolo de Mel e Broinhas na Fábrica Santo António e na Fábrica do Ribeiro Sêco
Bebidas a experimentar na Madeira
- Brisa de maracujá, um refrigerante doce e fresco
- Cerveja Coral
- Poncha – Mercearia do Bento, Taberna da Poncha, Tasca do Nelson
- Nikita – Tasca do Nelson
- Pé de Cabra – só há no bar Pé de Cabra
Alojamento na Madeira
A ilha da Madeira tem alojamentos para todos os gostos e bolsos.
Depois de muito pesquisar, escolhemos ficar no Funchal, a capital da Madeira, na zona do Lido, num apartamento do prédio Navio Azul. Tínhamos estacionamento privativo do prédio e pareceu-nos que era uma boa opção para as 4 noites que passámos na ilha.
No entanto, há outras boas opções. Se a ideia for passar mais tempo na Madeira, até pode ser interessante ficar alguns dias numa zona da ilha e outros noutra zona.
Aqui ficam algumas sugestões de alojamento:
- Three House Hotel – hotel a 1 km do centro do Funchal
- Santa Maria Hostel – hostel a 1,5 km do centro do Funchal
- Quinta Jardins do Lago – boutique hotel a 1,5 km do centro do Funchal
- Maravilhas House – casa a 1,7 km do centro do Funchal
- Quinta da Casa Branca – boutique hotel a 2 km do centro do Funchal
- Navio Azul – apartamento a 2,5 km do centro do Funchal
- Jaca Hostel Funchal – hostel a 2,5 km do centro do Funchal
- Apart Monumental – apartamento a 4 km do centro do Funchal
- Valle Paraizo – chalés a 10 km do centro do Funchal
- Casas da Levada – casas na Ponta do Pargo, no lado Oeste da ilha, a 35 km do Funchal
- Hotel Quinta do Furão – hotel em Santana, na zona Norte da ilha, a 35 km do Funchal
- A hideaway by the sea Casa da Rocha de Baixo – casa perto de Santana, a 50 km do Funchal
Esperamos que tenha oportunidade de visitar a Madeira e que goste tanto como nós do “jardim flutuante do Atlântico”.
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