Para grande surpresa nossa, a viagem que fizemos à capital chinesa revelou-se uma fantástica experiência gastronómica. Por isso, tal como prometido no nosso primeiro post sobre comida na China, vamos falar melhor sobre o que comemos em Pequim.
Hot pot, o fondue chinês
O Hot pot lembra de alguma forma o fondue: somos nós mesmos que cozinhamos na mesa. Começam por nos trazer uma espécie de tacho com água a ferver e alguns temperos. Tempera-se a água. Depois vem a comida, que vamos deitando no tacho à medida que queremos comer: fatias finas de carne, cogumelos, vegetais, tofu, entre muitas outras coisas. Depois de cozinhada, basta ir tirando a comida do “pot” e comê-la com os vários molhos (há uns mais suaves e outros mais fortes e picantes). Uma verdadeira delícia e muito divertido!
Macau em Pequim
Durante a nossa estadia, a nossa amiga portuguesa que nos recebeu em Pequim levou-nos a um restaurante macaense. Era muito giro, com o nome de ruas portuguesas na decoração. Parecia mesmo que tínhamos encontrado um bocadinho de Portugal no sítio mais improvável. Aqui, comemos algumas coisas diferentes, a maioria delas muito saborosa. Mas foi também aqui que o Ricardo não conseguiu comer o prato que pediu… quando percebeu que eram pés de galinha!
Comida doce ou picante?
Desta vez com uma amiga chinesa que também vive em Pequim, fomos a um restaurante lindíssimo onde, assim que entrámos, os empregados nos “cantaram” as boas-vindas a alto e bom som – como fazem a todos os clientes que entram. Na hora de escolher os pratos, a nossa amiga perguntou-nos se preferíamos comida doce ou picante. Como eu não sou grande apreciadora de picante e achámos que doce talvez significasse “não picante”, optámos pelo doce. Para nossa surpresa, para além de vários pratos salgados, vieram mesmo pratos doces para a mesa. E não eram sobremesa…
Não sabemos o nome do que comemos, mas sobretudo os pratos salgados eram deliciosos. Relativamente aos doces, provámos por exemplo um caldo quente de arroz doce e um pudim feito de bagos de arroz. Eram um bocadinho estranhos. Mas como sobrou pudim, seguimos as regras de boa educação locais e ainda o levámos para casa.
Massa e companhia
Perto da Praça Tiananmen fomos comer uma massa deliciosa, que a nossa amiga portuguesa adora. Para a mesa trouxeram-nos a massa e os vários ingredientes: era só misturarmos e comer. Simples, rápido e muito saboroso. Aproveitámos que na ementa havia outras coisas que ainda não tínhamos experimentado e pedimos algumas, para petiscar.
O famoso Pato à Pequim
Como não podia deixar de ser, fomos também a um bom restaurante especialista em Pato à Pequim. Comer este prato tem todo um ritual. Para a mesa começam por trazer fatias fininhas de massa, tipo pequenos crepes, e vários vegetais para os rechear. Depois trazem o pato já cozinhado e fatiam-no finamente à nossa frente. A partir daí cada um faz os seus “crepes”, recheando-os com aquela carne tenrinha e vegetais. No final ainda nos trouxeram os ossos do pato para levarmos para casa para se quiséssemos fazer um caldo. A regra é: paga-se por um pato, pelo que se tem direito a tudo!
Castanhas assadas
É verdade, em Pequim também se comem castanhas assadas na rua. São mais pequenas do que as que comemos normalmente em Portugal e com um sabor um pouco diferente. Mas também são muito boas, e ainda melhor souberam com o frio que estava.
Dumplings para todos os gostos
Eu não sabia o que eram dumplings (gyosas), mas depois de provar fiquei a adorar. São algo semelhante aos nossos rissóis, mas bastante diferentes em textura e sabor. São feitos com massa e podem levar vários tipos de recheio. Podem ser cozidos, cozinhados a vapor ou fritos. Experimentámos vários e cozinhados de diferentes formas. Nunca desiludiam.
O fruto do dragão
Apesar de já se ver em supermercados em Portugal, foi em Pequim que experimentámos pela primeira vez o fruto do dragão. Um fruto lindíssimo, quer fechado como depois de aberto. O sabor é leve e agradável, difícil de descrever.
Abóbora recheada e muito mais
A nossa maior aventura foi quando fomos os dois sozinhos jantar a um restaurante. Abrimos a ementa e, depois de escolher, indicámos à menina que nos estava a atender o que queríamos (apontando para as fotos dos pratos). E no fim dissemos “bulá”, ou seja, “não picante”. Foi aí que a coisa se complicou…
A menina começou a falar – em chinês, claro está – e a apontar para um dos pratos. Nós olhávamos para ela, sem perceber nada. A menina continuava a falar, e nós nada. Ela ainda tentou, um pouco desesperada, que algum colega viesse ajudar, mas ninguém queria vir. Então o Ricardo decidiu tentar usar o Pleco, uma aplicação de tradução de e para Chinês. A menina escreveu qualquer coisa na app, que traduzido ficou muito estranho. Mas sem desistir, lá continuámos a trocar “mensagens”. Ao fim de meia hora e muitas tentativas conseguimos perceber o problema (ufa!): um dos pratos que pedimos não existia sem picante. Lá pedimos outro para o substituir. E valeu a pena. Para além dos dumplings, comemos uma mini abóbora recheada, algas e outros pratos que estavam ótimos.
Abóbora recheada Algas
Cerveja Tsingtao
E como a gastronomia não é só comida, experimentámos também uma cerveja chinesa, a Tsingtao. Não sou grande especialista em cerveja, mas era boa. É uma cerveja leve e refrescante. Apesar de os chineses não terem grande tradição cervejeira esta é uma das marcas mais antigas do país, tendo sido criada em 1903 por imigrantes alemães.
De uma forma geral, a comida nos restaurantes onde fomos era bastante barata para os nossos padrões, pelo que nos permitiu experimentar uma grande variedade de pratos. E alguns destes restaurantes eram em shoppings: em Pequim há imensos shoppings moderníssimos e enormes, onde cabem vários grandes restaurantes, sempre muito bonitos.
Sempre que não tínhamos um chinês connosco, tínhamos mesmo de comunicar por gestos (tipo filme mudo): apontar para a imagem dos pratos que queríamos na ementa e indicar quantos eram. Felizmente na maioria dos casos correu tudo bem e as pessoas sempre se mostraram simpáticas e atenciosas.
Por isso o nosso conselho é que, ao visitar a China, vão de mente aberta para experimentar a gastronomia. A variedade é muita e a maioria da comida é deliciosa. Nota-se que cozinham com carinho. É uma aventura de sabores que sem dúvida recomendamos.
Se quiserem ficar a saber mais sobre a nossa viagem à China podem ouvir aqui a entrevista que nos fizeram no programa BackPack da Rádio Universidade de Coimbra.
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