Este artigo foi escrito por Daniela Andrade, do blog Bolha de Amor, uma Amarantina apaixonada pela sua terra que nos deu muitas dicas sobre o que fazer durante a nossa visita a Amarante. Convidamo-la, por isso, a escrever no Explorandar sobre o que comer e onde em Amarante, de forma a partilharmos todas estas preciosas dicas consigo.
Amarante, também conhecida como Princesa do Tâmega, é um “pedaço” muito especial de Portugal, que cativa quem a visita. Eu sou suspeita, pois sou Amarantina (com muito orgulho). Mas, de facto, é fácil qualquer um se apaixonar por esta cidade.
Amarante encontra-se a meio caminho entre o Litoral e Trás-os-Montes, e a sua centralidade permite, a quem a procura, visitar outros sítios, como o Porto, Vila Real e o Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade.
À espera de todos os que visitam Amarante estão diversas opções, desde as que permitem conhecer a paisagem até às experiências culturais, históricas, gastronómicas, tradicionais, naturais, bem como românticas e/ou em família.
Hoje em dia, a gastronomia, quer seja a tradicional quer a chamada “alta cozinha”, assume um papel importante na experiência de viagem. Por isso, apesar de não faltarem outros “trunfos” turísticos em Amarante, vamos embarcar numa viagem sensorial pelos sabores da gastronomia regional.
A seguir, vai encontrar um roteiro gastronómico onde não faltam boas sugestões para a sua visita a Amarante. O paladar está apurado?
Antes de avançar, deixo um aviso prévio: a escolha é tanta que o difícil vai ser mesmo optar entre a grande variedade de sabores que esta terra oferece.
Por outro lado, será fácil encontrar muitos e bons lugares onde provar os sabores locais.
Gastronomia de Amarante: onde história e tradição se fundem
Amarante é sobejamente conhecida pela sua gastronomia. Aqui, é possível experimentar uma grande variedade de pratos, desde os mais leves aos mais compostos, em restaurantes espalhados por todo o concelho, onde é impossível ficar indiferente à elevada qualidade da oferta. Para completar a experiência gastronómica, harmonize a sua refeição com o Vinho Verde eximiamente produzido no território local.
Entre os pratos tradicionais de Amarante, destacam-se o cabrito e a vitela assada, as tripas, o “arroz de frango de cabidela” – também conhecido como “arroz de pica no chão” -, as especialidades de bacalhau, as “papas de couves, de nabiças e de sarrabulho”, o “caldo das coíbes”, o leitão, os rojões, o “verde ou bazulaque”, os enchidos, o pão de quatro cantos, o vinho verde e os célebres doces conventuais.
Vinho Verde
Em Amarante, o Vinho Verde, muito apreciado quer pelo consumidor local, quer por turistas e visitantes, estimula os sentidos e cria harmonizações perfeitas com a gastronomia típica.
Nesta região, encontramos um conjunto variado de produtos vínicos: vinho verde branco, tinto ou rosado, espumantes, colheitas tardias e aguardente vínica.
O concelho de Amarante integra a Região Demarcada dos Vinhos Verdes, brancos e tintos. É na sub-região amarantina, nas margens do Rio Tâmega, que estão reunidas todas as condições ao desenvolvimento de castas de elevada qualidade. Entre outras, prosperam as castas Azal, Avesso, Espadeiro e Vinhão.
Pão de quatro cantos
O Trigo de (quatro) cantos, também conhecido como Pão de Padronelo, é também um ícone de Amarante. A sua confeção aconteceu, originalmente, no lugar de Ovelhinha, na Freguesia de Gondar.
É de sabor único, com cor amarelo-torrado e uma consistência suave, sendo apelidado de “pão de quatro cantos” devido ao seu formato – pode servir quatro pessoas em simultâneo.
Mas o que acontece antes de chegar às nossas mãos? Os ingredientes necessários à sua confeção são conhecidos e bastante comuns, mas a sua confeção tem um segredo: usa-se farinha de trigo, que é moída e amassada com água fria, fermento e sal. Depois de levedar – e aqui está a explicação -, volta a ser amassada e moldada, adquirindo a forma peculiar que tem, com quatro “cantos”. Por último, vai a cozer em forno de lenha.
O Pão de Padronelo está muito presente na mesa dos Amarantinos e é tradicionalmente usado como acompanhamento de queijos, enchidos e do Vinho Verde, quer nas entradas servidas nos Restaurantes, quer nas Tasquinhas. Está também à venda nas várias padarias amarantinas.
Doces Conventuais de Amarante
De saberes e sabores ancestrais, os Foguetes, as Lérias, as Brisas do Tâmega, os São Gonçalos e os Papos de Anjo são os cinco famosos Doces Conventuais de Amarante. A sua confeção inclui açúcar, ovos, farinha e amêndoas, ingredientes ideais para adoçar o paladar.
As receitas remontam às freiras do Convento de Santa Clara, erguido no século XIII, que conheciam os segredos para criar estas delícias da culinária.
Doces fálicos de São Gonçalo
De igual fama gozam os Doces Fálicos, os “tais” São Gonçalo.
É a São Gonçalo, uma célebre figura de Amarante, que são atribuídos os dotes de casamenteiro. Acredita o povo que é àquele pregador que caberia a missão de arranjar um noivo às mulheres mais velhas. É desta forma que se fundamenta o culto à fertilidade que é prestado ao Santo.
A crença e a criatividade aliaram-se e os devotos passaram a honrar São Gonçalo com símbolos gráficos que em bom rigor são fálicos. Os genuínos são vendidos em tendas ou barracas montadas em espaços públicos amarantinos ao longo de todo o ano, mas com maior fartura nas festas em honra do Santo: a 10 de janeiro, quando se evoca a sua morte, e no primeiro fim-de-semana de junho, quando a cidade se enche de romeiros movidos pela crença e pela folia, numa mistura de religioso e profano.
Restaurantes em Amarante
A seguir partilho uma série de sugestões de restaurantes, tasquinhas e confeitarias onde recomendo provar as maravilhas gastronómicas de Amarante quando o apetite apertar. Muitos deles encontram-se ao longo da Rua 31 de Janeiro, uma das mais famosas do centro histórico de Amarante.
Uma dica: Se quiser comer um prato específico num destes restaurantes, sugerimos que ligue antes a confirmar se o prato estará disponível no dia que pretende – e aproveita e reserva mesa, que é sempre mais seguro. Isto porque alguns pratos são confecionados apenas em dias específicos.
Restaurante Lusitana
No Lusitana, ao ambiente familiar e com vista para o Rio Tâmega, Ponte e Igreja de São Gonçalo junta-se uma ementa dedicada, maioritariamente, ao cabrito e vitela assados, bem como às tripas (à quarta-feira e sábado). Para acompanhar a refeição, saboreie o Vinho Verde e deguste, como entrada, o pão de quatro cantos com presunto, queijo e azeitonas.
Restaurante Zé da Calçada
O Zé da Calçada, uma das maiores referências gastronómicas de Amarante, tem localização na zona histórica da cidade. A sua varanda sobre o rio Tâmega, a par com os pratos da gastronomia regional, fazem as delícias dos visitantes. Guarde apetite para provar o bacalhau à zé da Calçada, o cabrito assado ou os rojões.
Pobre Tolo
A combinação entre a contemporaneidade, a tradição e a inovação da cozinha com o toque intimista, tranquilo e afável do espaço, fazem do Pobre Tolo um restaurante emblemático em Amarante. É, ainda, conhecido pela sua requintada seleção de vinhos e espumantes e por uma carta com várias opções.
Taberna do Coelho
É em Cepelos que encontramos a Taberna do Coelho, um espaço com quase meio século. “Cabrito à Miquinhas” assado em forno a lenha, “Bacalhau à Coelho” e Aba Arouquesa no forno (tradição à sexta-feira) são as especialidades. Para acompanhar a refeição encontra uma grande seleção de vinhos.
Restaurante Quinta Encostas de Formão
Restaurante de cozinha tradicional portuguesa, este espaço familiar, com grande sala de refeições e esplanada, tem nos pratos típicos da região as suas especialidades, tais como o bacalhau, a vitela assada no forno, as tripas (ao sábado) e o cabrito assado em forno a lenha (ao domingo). Por encomenda é possível degustar Galo Assado e Arroz de Cabidela.
Restaurante A Quelha
A Adega Regional Quelha é um dos mais tradicionais e genuínos restaurantes de Amarante. Para além de oferecer pratos de muita qualidade, tem uma localização privilegiada, em pleno centro histórico e num local mítico, como é o Largo Conselheiro António Cândido – mais conhecido por Arquinho.
Café Bar São Gonçalo
O Café Bar São Gonçalo é um espaço histórico emblemático em Amarante, que remonta à década de 30 do século XX, ou seja, conta com quase 90 anos de história – inclusivamente integra a lista dos cafés históricos de Portugal.
Foi ponto obrigatório de paragem de muitas personalidades conhecidas, como Teixeira de Pascoaes, Maria Eulália Macedo, Eduardo Teixeira Pinto, e ilustres anónimos.
O ano de 2023 trouxe consigo um novo conceito para o espaço, que após obras de modernização e novos proprietários, tem a sua aposta num serviço gastronómico e vínico. Com uma ampla esplanada situada no Largo de São Gonçalo, com vista para a Igreja, é possível, também desfrutar do serviço de cafetaria.
Restaurante Ciao Tílias – Casa da Calçada
Após renovação, este projeto do Grupo Casa da Calçada surge como o mais recente spot no centro da cidade de Amarante. Conta com uma vista privilegiada sobre o Rio Tâmega, a Ponte e o Convento de São Gonçalo.
A especialidade são as pizzas e as pastas ao almoço e ao jantar, mas durante a tarde é possível usufruir de baguetes, tábuas de queijos e enchidos, entre outros, assim como desfrutar de um cocktail. Tudo isto no espaço interior ou exterior.
Restaurante Filhos de Moura
A dez minutos da cidade de Amarante, na Freguesia de Aboim, o Restaurante Filhos de Moura é paragem obrigatória para os amantes de leitão. Existem várias particularidades que explicam a razão da procura: o facto de ser estaladiço, ser leitão de porco bísaro – uma raça autóctone criada ao ar livre – e assado em forno a lenha.
Restaurantes Rita e Ventura
Com localizações na periferia da cidade, a Adega Regional Rita e a Casa Ventura são ideais para quem aprecia o “arroz de frango de cabidela”, também conhecido como “arroz de pica no chão”.
Taberna Don Rodrigo
As mesas e as paredes forradas com papéis com mensagens deixadas pelos clientes chamam a atenção e convidam a entrar. Mas não é só isso. É também o saboroso fumeiro da região, o queijo, as azeitonas, a cebola em vinagre, o vinho de produção própria e o pão de padronelo com presunto.
Confeitaria da Ponte
Com localização em pleno centro histórico de Amarante, a Confeitaria da Ponte, inaugurada em 1930, detém o título de casa mais antiga de fabrico de doces regionais de Amarante, sendo paragem obrigatória para se deliciar com as Lérias, as Brisas do Tâmega, os Foguetes, os São Gonçalo e os Papos de Anjo.
A esplanada, com vista deslumbrante sobre o Rio Tâmega e a Ponte de São Gonçalo, convida a relaxar e a levar-se pelo prazer da gula sem culpa.
Confeitaria Tinoca
É também na Rua 31 de Janeiro que encontramos a Confeitaria Tinoca onde não faltam, entre outros, os doces conventuais, os sequilhos e o famoso doce fálico que desperta a atenção de todas as mentes.
Tenho a certeza que, quando for embora, Amarante vai permanecer consigo e as (boas) memórias gastronómicas vão ficar para sempre no seu paladar. E já sabe, a simpatia e a genuinidade da população amarantina estão à sua espera, por isso volte as vezes que quiser. É um gosto receber quem gosta de nos visitar.
Outros locais onde comer em Amarante:
- Terrassa – Honest Food
- Girassol, da Casa da Juventude – serve pratos vegetarianos
- Casa Herédio
- Quinta do Outeiro
- Tasquinha da Ponte
- Confeitaria Lailai
- Confeitaria Moinho (onde vendem “quilhõezinhos de São Gonçalo” recheados)
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